Capítulo 6—Treinamento
Capítulo 6: O Treinamento e a Preparação
Após ouvir as palavras do líder vermelho, Eloah começou a refletir profundamente. “Como posso aumentar minha força?”, “Matando vários monstros e os transformando em esferas?”, “Treinando para controlar a mana?” Após vários minutos de pensamento, ela finalmente chegou a uma conclusão: “Vou pedir aos goblins para me treinarem. Acho que eles me ajudariam.”
— Beleza, vou pedir ajuda a eles. — Eloah decidiu, determinada.
Ela voltou para a aldeia e foi em busca do líder goblin vermelho.
— Senhoooooor! — Eloah chamou, correndo em sua direção.
O goblin vermelho olhou para trás, surpreso.
— Demônio? O que você precisa? — Ele perguntou, com uma expressão neutra.
Eloah abriu um grande sorriso.
— Eu quero ficar mais forte. Pode me ajudar?
O líder goblin vermelho abriu um sorriso, mas sua resposta foi direta.
— Não. — Ele disse, virando-se e indo embora.
Eloah ficou parada, sem reação.
— Ele realmente foi embora? Filho da puta. — Ela murmurou, frustrada.
Sem desistir, Eloah foi até a casa do hobgoblin.
— Ei, hobgoblin! — Ela chamou, entrando na cabana.
O hobgoblin, que estava polindo sua lâmina, olhou para ela.
— Preciso da sua ajuda! — Eloah disse, com um brilho nos olhos e um largo sorriso no rosto.
— Diga o que você precisa. Se eu puder ajudar, ajudarei. — O hobgoblin respondeu, colocando a lâmina de lado.
— Preciso ficar mais forte! Você me ajuda? — Eloah perguntou, esperançosa.
O hobgoblin suspirou e colocou a mão na testa.
— Me desculpe, mas não posso. — Ele respondeu, com um tom de pesar.
— Por que não? — Eloah perguntou, confusa.
— Você não sabe o que isso significa para os goblins, né? — O hobgoblin explicou. — Goblins de elite, como nós, não podemos treinar ou ajudar ninguém a ficar mais forte. Só podemos ter um discípulo em toda a nossa vida. Eu, o líder vermelho e o líder branco já temos nossos discípulos.
— Quer dizer que não posso pedir ajuda a nenhum de vocês? — Eloah perguntou, desanimada.
— Exatamente. — O hobgoblin confirmou.
Eloah olhou para ele com um olhar de tristeza.
— Então, nenhum goblin pode me ajudar? — Eloah perguntou, quase desistindo.
— Errado. Apenas os goblins de elite não podem. — O hobgoblin corrigiu, com um sorriso leve.
Eloah se animou novamente.
— Então, é só eu pedir ajuda aos goblins normais? Isso deixa tudo mais fácil! Vou lá! — Eloah disse, pronta para sair.
— Vá ao campo de treinamento e peça ajuda a eles. Diga que eu pedi para te ajudarem. — O hobgoblin instruiu.
— Muitíssimo obrigada, hobgoblin! — Eloah agradeceu, saindo correndo da cabana.
Eloah saiu da cabana e foi em direção ao campo de treinamento, mas…
— Onde… onde é o campo de treinamento mesmo? — Eloah parou, percebendo que havia esquecido de perguntar.
Ela olhou ao redor e viu o líder vermelho conversando com outro goblin. Ela se aproximou.
— Líder… — Eloah começou, mas foi interrompida.
— Não vou treinar você. — O líder vermelho disse, sem nem olhar para ela.
— Não é isso. O hobgoblin me falou. Me desculpe, eu não sabia que vocês não podiam treinar ninguém além dos discípulos. — Eloah explicou, com um tom de humildade. — Eu vim aqui porque não sei onde é o campo de treinamento e queria que o senhor me mostrasse.
— Ah, entendo. Me desculpe pela minha arrogância. Estou indo para lá. Quer me acompanhar? — O líder vermelho perguntou, com um tom mais amigável.
Eloah se alegrou.
— Sim, por favor. Deixe-me ir com você. — Eloah respondeu, seguindo-o.
Enquanto caminhavam, o líder vermelho quebrou o silêncio.
— Como está sendo sua estadia aqui com os goblins? — Ele perguntou, com um tom casual.
— Está sendo muito boa. Os goblins sempre me tratam bem. — Eloah respondeu, com um sorriso.
— Então… por que você está sempre com tanto medo? — O líder vermelho perguntou, olhando para ela.
— O quê? — Eloah ficou confusa com a pergunta.
— Escuta, nós goblins podemos ver sentimentos através dos nossos olhos. Deixe-me explicar… Nossos olhos podem ver as cores das emoções. A alegria é amarela, a raiva é vermelha e o medo é roxo. Mas depende do seu ranking. Por exemplo, goblins normais podem ver apenas um sentimento, aquele mais forte. Já eu e o líder dos goblins brancos podemos ver três emoções, e o hobgoblin pode ver cinco. — O líder vermelho explicou, apontando para Eloah. — E as emoções que eu vejo em você são tristeza, felicidade e, principalmente, medo.
Eloah colocou a mão em seu braço, desviando o olhar.
— O medo pode ofuscar completamente seu talento. Então, jogue-o fora. Afinal, você é uma estrategista nata. A única coisa que te impede é o medo. Você coloca um sorriso no rosto apenas para fingir que está tudo bem. Você tem medo do hobgoblin, por isso não perguntou sobre o campo. — O líder vermelho continuou, com um tom sério.
Ele suspirou.
— Me desculpe… Você me lembrou uma pessoa, e eu descontei tudo em você. — O líder vermelho admitiu, acelerando seus passos.
Eloah ficou em silêncio, refletindo sobre suas palavras.
— Ele tem razão… Sempre tive medo de tudo. Sempre me julgavam. Todos davam tudo de si para me diminuir, e aos poucos fui me moldando como eles queriam… — Eloah pensou, enquanto continuava caminhando.
Ela mal percebeu quando chegaram ao campo de treinamento.
— Pelo visto, já cheguei… Ahhh, certo! Vamos nessa! — Eloah disse, entrando no campo.
Ela viu os goblins treinando: os goblins vermelhos praticando magia e os outros treinando esgrima com adagas. Ela respirou fundo e se dirigiu ao campo de treinamento de adagas. Ela desembainhou sua adaga e começou a estocar o espantalho.
— Não, não, não! Tudo errado! Isso é patético! Você realmente acha que pode matar alguém apenas balançando sua lâmina? Acha que o inimigo hesita quando vê aberturas? — Um goblin com uma roupa preta e óculos falou, com um tom severo.
— Eu… — Eloah não tinha palavras.
— Segure sua adaga. — O goblin ordenou.
Eloah segurou sua adaga, tentando manter a postura.
— Agora, como você é patética, vamos corrigir ao menos essa postura! — O goblin disse, começando a explicar o básico para Eloah.
— Entendeu? — Ele perguntou, após alguns minutos.
— Sim. — Eloah respondeu.
— EU PERGUNTEI SE ENTENDEU!? — O goblin gritou, fazendo Eloah pular.
— SIM, SENHOR! — Eloah respondeu, com determinação.
Eloah começou a treinar, mas, apesar de seus esforços, nada parecia mudar.
— Você não tem talento para usar uma adaga… Me espere aqui. — O goblin disse, indo até uma casa no meio do campo.
Ele passou algum tempo lá e, finalmente, saiu com um pano cobrindo algo. Ele se aproximou de Eloah e puxou o pano, revelando uma espada.
— Isso é uma espada. Pegue. — Ele disse, entregando-a a Eloah.
Eloah pegou a espada e a tirou da bainha. Ela começou a balançá-la, sentindo um sorriso se formar em seu rosto.
— Ohhh, pelo visto descobrimos algo que combina com você. — O goblin observou, com um sorriso satisfeito.
Eloah continuou balançando a espada, sentindo uma alegria que não sentia há muito tempo.
— Parece que todos os meus problemas desapareceram… Eu apenas quero continuar balançando minha espada… — Eloah pensou, completamente imersa no momento.
O goblin observou Eloah com interesse.
“Essa garota… Desde que a vi, o sentimento mais forte dela era o medo. Mas agora, apenas a felicidade prevalece… Que interessante. Ela tem talento para espada, me lembra dele…” — Ele pensou.
Eloah finalmente parou de balançar a lâmina.
— Pode ficar com a espada. É um presente meu. — O goblin disse, com um sorriso gentil.
Eloah curvou-se, agradecida.
— Obrigada!! Vou usá-la com muito carinho. — Eloah respondeu, com um sorriso radiante.
— Senhora Demônio!!! — Um goblin correu em sua direção, gritando. — O senhor hobgoblin está te chamando. Por favor, venha comigo!
— Ah, certo. Estou indo! — Eloah respondeu, virando-se para o goblin de óculos. — Senhor, muito obrigada pela espada, mais uma vez. Adeus!
Eloah seguiu o goblin até a casa do hobgoblin.
— Você demorou. Vou direto ao ponto: precisamos pensar em como derrotar os morcegos. — O hobgoblin disse, assim que Eloah entrou.
— Certo. Me diga tudo sobre eles, sem deixar escapar nenhum detalhe. — Eloah respondeu, sentando-se.
— Os morcegos têm uma rainha. Eles podem soltar gritos extremamente altos, parecidos com os das aranhas. Mas há algo que os torna ainda mais perigosos: eles produzem fluidos que causam náusea, vômitos e outros sintomas. O cheiro é horrível. — O hobgoblin explicou.
— Náusea, vômito e o cheiro é terrível… — Eloah repetiu, pensativa. — Pode me explicar melhor?
— Não consigo explicar muito bem. Aqui, pegue o corpo. — O hobgoblin disse, levantando-se e saindo da cabana.
Ele voltou alguns minutos depois com uma caixa. Ao abri-la, Eloah viu um corpo que parecia ser de um morcego, apenas ossos e uma forma esquelética.
— Nessa caixa tem um pouco daquele fluido que eu te disse. — O hobgoblin explicou.
Eloah cheirou a caixa e seus olhos se iluminaram.
— Isso é! — Eloah exclamou.
— O quê? Você sabe o que é? — O hobgoblin perguntou, curioso.
— Álcool… — Eloah respondeu, com um sorriso. — E sabe de uma coisa? Isso é ótimo. Eu provavelmente vou destruir a caixa te mostrando. Posso?
— Sim, vá em frente. Eu autorizo. — O hobgoblin respondeu, intrigado.
Eloah começou a preparar uma bola de fogo e a lançou contra a caixa. Quando o fogo e o álcool se encontraram, uma grande labareda se levantou.
“Mas o quê?? Como pode uma labareda tão grande? O quão forte é esse álcool!?” — Pensa Eloah, fascinada com sua descoberta .
Todos os goblins ficaram de boca aberta com a descoberta.
— Escutem, nós temos a vantagem, mas não é bom agir precipitadamente. Vamos montar um plano. — Eloah disse, com um sorriso confiante.
Eloah começou a conversar com os goblins, e após bastante tempo, finalmente decidiram um plano.
— Então, o plano é: os goblins vermelhos atacarão os morcegos, forçando-os a descer. Os goblins cavaleiros matarão aqueles que estiverem no chão. — Eloah explicou.
— Escuta, os goblins brancos também participarão! Nossa principal habilidade é o vento. — O líder dos goblins brancos disse, com orgulho.
— Incrível! Então, os goblins de túnica branca e os vermelhos derrubarão os morcegos, e nós ajudaremos. Eu e o hobgoblin cuidaremos da rainha. Iremos atacá-los daqui a uma semana! Preparem-se! — Eloah ordenou, com determinação.
Eloah saiu da cabana do hobgoblin e foi para a sua cabana. Ela chegou e pulou no monte de palha que servia de cama.
— (Suspiro) Estou tão cansada… Hoje o dia foi longo! — Eloah murmurou, deitando-se.
Ela tirou sua espada da bainha e a segurou com carinho.
— Faz quanto tempo que não me sentia tão livre? Quando foi a última vez que esqueci todos os meus problemas? Isso foi incrível! — Eloah pensou, abraçando a espada.
Ela guardou a espada em sua bainha, se deitou e finalmente adormeceu.
Fim capitulo 6.
