Capítulo 02
Um Dia Atrás.
Em uma catedral, atrás de uma porta gigantesca o silêncio era quebrado apenas pelo sussurro de uma prece. Um homem de cabelos loiros, com olhos castanhos escuros que refletiam uma profundidade quase divina, estava ajoelhado diante de inúmeras estátuas de mármore. Seus dedos entrelaçados tremiam levemente, e seus lábios moviam-se em uma oração fervorosa. Ele era o bispo daquele lugar, o guardião da fé e da esperança de um povo que aguardava ansiosamente o dia sagrado.
— O dia sagrado enfim chegou… — murmurou ele, erguendo os olhos para as estátuas que pareciam observá-lo com uma serenidade eterna.
— Senhores Celestiais, guiem-nos mais uma vez.
Há cem anos, o continente havia sido palco de uma guerra sangrenta. Raças de todos os cantos do mundo lutavam entre si, e o caos ameaçava consumir tudo o que existia. Foi então que os anjos, seres de luz e pureza, decidiram intervir. Eles clamaram aos Seres Celestiais, entidades superiores que habitavam além das estrelas, pedindo ajuda para restaurar a paz.
Os Seres Celestiais atenderam ao chamado. Com sua sabedoria infinita, eles se voltaram para a própria Terra, a mãe de todas as coisas, e pediram que ela concedesse parte de sua essência. A Terra, em sua generosidade, criou o “Sistema”, uma força primordial que permitiria a invocação de Heróis — seres de outros mundos, trazidos para lutar ao lado dos anjos.
— Eles serão nossa esperança! — disseram os Seres Celestiais, enquanto canalizaram seus poderes para abrir os portais entre as dimensões.
— Com suas habilidades únicas, eles trarão o equilíbrio que este mundo tanto precisa.
E assim foi. Os Heróis chegaram, cada um carregava um poder único, concedido pelos próprios Seres Celestiais. A guerra contra os demônios foi longa e árdua, mas a vitória dos anjos e seus aliados foi avassaladora. No entanto, o poder dos Heróis era tão grande que os Seres Celestiais decidiram impor limites, criando os Mandamentos Sagrados:
1. Heróis devem ser invocados apenas nas raças principais.
2. Cada raça deve ter quatro heróis invocados.
3. Seres invocados de outros mundos devem ter um poder concebido a eles.
4. A próxima invocação de heróis ocorrerá apenas depois de cem anos. E serão invocados mais a cada dois anos a partir do centésimo ano.
Agora, no centésimo ano, o bispo sabia que o momento havia chegado. A invocação dos novos Heróis estava prestes a começar, e o destino do mundo mais uma vez pendia na balança. Mas… junto disso havia um grande perigo, que foi perdido nas escrituras, o mal de várias cores irá retornar a terra… e trará o caos, a maldade em pessoa.
— Senhores Celestiais — sussurrou ele, fechando os olhos.
— Que vossas vontades sejam feitas.
O bispo se levanta, e anda em direção do centro da grande catedral, e lá esperava ansiosamente para que seu reino ganhasse ao menos um herói… de repente o círculo começa a brilhar, quatro pessoas foram invocadas, o bispo se assusta, “Impossível! Ganhamos 4 heróis de vez? Significa que todos os heróis humanos foram invocados em meu reino!” O bispo se alegrava. E de repente o brilho que envolvia as quatro figuras se desfaz.
A primeira figura é uma mulher com um cabelo loiro que brilhava, e com olhos verdes claros e com uma altura por volta de 1,70 é uma pele parda. A segunda figura é um homem bem alto com uma pele morena com músculos bem definidos e um cabelo preto. A terceira era um jovem com cabelo azul e de pele branca, e por último um jovem que se parecia uma celebridade um cabelo preto, olhos azuis, e ele é bem alto.
— Onde eu estou? — A menina olhou ao redor, ela estava confusa, tentando entender o que estava acontecendo.
— Que porra é essa? — O homem moreno estava em guarda, com os olhos atentos, mas era claro que o medo o dominava.
— Fomos sequestrados? — O garoto de cabelo azul perguntou, sua voz tremendo um pouco.
Os heróis estavam perdidos, assustados. Tudo havia acontecido tão rápido. Um momento estavam em seus mundos, e no instante seguinte, ali estavam, em um lugar desconhecido, sem explicação.
De repente, uma figura surgiu diante deles. Um homem vestido com roupas clericais, com um ar solene, mas gentil.
— Oh, sagrados heróis! Vocês foram invocados a este mundo com um propósito nobre: buscar a paz. Meu nome é Hitclifler III, mas podem me chamar de Bispo. E vocês? Podem me dizer seus nomes?
— Thais. — A garota foi a primeira a responder, ainda tentando processar tudo.
— Henrique. — O homem moreno cruzou os braços, ainda desconfiado.
— Lucas. — O garoto de cabelo azul deu um passo à frente, tentando parecer corajoso.
— …Ravi. — O último, que parecia uma celebridade, falou baixinho, como se estivesse pensando em algo distante.
— Muito bem, heróis! Desejo-lhes sorte em suas jornadas. Lutem pela justiça e sigam-me. Vou ensinar-lhes o básico. — O Bispo fez um gesto para que o seguissem.
Ele os levou a uma sala grandiosa, repleta de estátuas imponentes que pareciam observar cada movimento deles. No centro da sala, havia um círculo desenhado no chão, rodeado por símbolos brilhantes.
— Heróis, fiquem no círculo, no meio das estátuas sagradas. Quem de vocês gostaria de ser o primeiro?
— Eu! — Henrique não hesitou. Com um passo firme, ele entrou no círculo.
Imediatamente, uma janela azul apareceu diante dele, com uma mensagem piscando:
— Ding! Você despertou uma habilidade. Deseja inspecioná-la?
— Ah?— Henrique franziu a testa, confuso.
— Oh, caro herói! Inspecione sua habilidade para entender como ela funciona. — O Bispo sorriu, animado.
— Sim, quero inspecionar!
— Ding!
Grito de Guerra
Todos num raio de 30 metros ouvirão seu grito.
Inimigos com menos mana que você tremerão de medo, enquanto inimigos com mais mana sofrerão uma redução de 30% em sua agilidade.
Aliados com medo serão libertados, e aqueles no alcance ganharão um buff de coragem.
Duração do debuff: 2 minutos.
Tempo de recarga: 12 horas.
— Incrível!— O Bispo não conteve a empolgação.
— Uma habilidade de suporte e controle de campo! Isso será extremamente útil!
Henrique não conseguiu esconder o sorriso de satisfação. Ele decidiu testar a habilidade ali mesmo. Ao gritar, os outros heróis, que estavam tensos e confusos, sentiram uma onda de coragem invadir seus corações. Lucas, que antes estava hesitante, agora parecia cheio de energia.
— Eu vou ser o próximo!— Ele anunciou, entrando no círculo.
— Ding! Você despertou uma habilidade. Deseja inspecioná-la?**
— Sim!
Perfecto
Qualquer objeto se tornará perfeito.
Custo de mana: 120.
— Oh…— O Bispo estava desapontado. — Uma habilidade um tanto… peculiar. Mas não desanime, herói! Aprenda esgrima, prove seu valor! Você foi escolhido pelos deuses!
— Certo!— Lucas gritou, tentando manter o ânimo.
Thays foi a próxima. Ela entrou no círculo com determinação.
— Ding! Você despertou uma habilidade. Deseja inspecioná-la?
— Sim.
Benção
Escolha uma das três bênçãos sagradas para conceder a alguém:
1. Bênção da Cura: Aumenta significativamente a capacidade de cura natural do corpo.
2. Bênção da Guerra: Aumenta a velocidade em 10%.
3. Bênção de Mana:Reduz o desperdício de mana em 15%.
Custo de mana: 400.
Tempo de recarga: 4 minutos.
— Maravilhoso!— O Bispo exclamou. — Uma heroína com o poder de conceder bênçãos! Por favor, use sua habilidade no Henrique.
— Certo. Bênção da Guerra!
— Ding! Mana insuficiente para realizar essa habilidade.
— Ah, entendi… — O Bispo suspirou. — Você ainda tem pouca mana. Mas não se preocupe, isso vai melhorar com o tempo.
Por fim, foi a vez de Ravi. Ele entrou no círculo com um ar de indiferença.
— Ding! Você despertou uma habilidade. Deseja inspecioná-la?
— Sim.
Justiça
Se seu inimigo cometeu atos profanos, você ganha um buff de 50% em força e 20% em velocidade.
Custo de mana: 0.
Duração: Até a morte do inimigo ou se afastar 100 metros dele.
Tempo de recarga: Nulo.
Espada Sagrada
Sua lâmina será abençoada por magia sagrada contra monstros ou assassinos, aumentando sua velocidade, força e anulando qualquer debuff.
Duração: Até a morte do monstro ou pessoa.
— Incrível! Duas habilidades!— O Bispo não conseguia esconder a alegria. — O reino humano foi verdadeiramente abençoado com heróis tão poderosos!
Ele então começou a explicar o mundo em que haviam sido invocados.
— Existem raças principais e secundárias. As principais são anjos, humanos, elfos, anões, gigantes e demi-humanos. As secundárias incluem demônios, fadas, monstros e vampiros. Estas últimas são tão desprezíveis que nem são consideradas uma raça de verdade. Se algum dia encontrarem uma, podem matar, queimar façam o que bem entenderem!
— Senhor Bispo, apenas os humanos invocam heróis?— Thays perguntou, curiosa.
— Oh, não! Todas as raças principais podem invocar heróis. As secundárias, no entanto, não têm esse poder.
— Então estamos aqui para nos preparar para uma guerra?— Henrique questionou, sério.
— Não exatamente. Vocês são uma força extrema. Caso um país decida atacar outro, a presença de heróis como vocês fará com que pensem duas vezes antes de agir, afinal heróis tem um poder avassalador, os dois lados teriam muitas baixas.Assim, evitamos conflitos.
— Ah, entendi. Obrigado por explicar.
— Agora, vamos falar sobre mana. — O Bispo continuou. — Mana é um presente dos deuses, uma energia que permeia tudo e todos. Com ela, podemos realizar magias, mas também há aqueles que a usam para o mal. Existem duas formas de aumentar sua mana: treinando, como eu vou ensinar agora, ou fazendo oferendas aos deuses. Além disso, o desperdício de mana é um indicador de seu nível. Um mago iniciante desperdiça 95% de sua mana, enquanto um experiente pode reduzir isso para 75%. Nosso maior mago, Erudom, alcançou incríveis 64%!
O Bispo então os guiou em um exercício de meditação, ensinando-os a sentir e controlar a mana ao seu redor.
— Amanhã será um dia cheio. Agora, descansem. Carl, mostre-lhes os seus quartos e sirva-lhes comida.
— Por favor, sigam-me. — Carl, um servo do Bispo, conduziu os heróis até seus aposentos.
No caminho, eles começaram a se apresentar.
— Ei, pessoal. Sou Henrique, 25 anos. Espero que possamos nos dar bem.
— Prazer, Thays Almeida, 19 anos. — A garota sorriu.
— Lucas Castro, 22 anos. — O garoto de cabelo azul acenou.
— Ravi, 19 anos. — O último falou brevemente.
— É um prazer conhecer vocês! — Thays completou.
Quando chegaram aos quartos, ficaram maravilhados. Tudo era luxuoso: lustres banhados a ouro, camas enormes, guarda-roupas gigantescos e até guardas para protegê-los.
—
Enquanto isso, em outro lugar…
— Maldito! — Eloah resmungou, frustrada.
Ela estava em um lago subterrâneo, tentando pescar, mas os peixes eram incrivelmente ágeis. Decidida, ela pegou uma adaga e tentou espetar um deles, mas sem sucesso.
— Eu desisto. — Ela suspirou.
Os peixes pareciam sentir qualquer vibração na água e fugiam rapidamente. Ela percebeu que aquele era um local frequentado por goblins, e o medo começou a tomar conta dela. Sabia que precisava de uma estratégia para sobreviver.
— Preciso pensar em algo… — Ela murmurou, olhando ao redor.
Decidiu usar uma pedra para criar uma armadilha. Com esforço, ela empurrou uma grande pedra até uma subida, preparando-se para lançá-la sobre os goblins quando eles aparecessem.
— Agora é só esperar… — Ela sussurrou, escondida.
O tempo passou, e os goblins finalmente apareceram. No entanto, eles não estavam onde ela esperava. A frustração era evidente em seu rosto, mas ela se conteve, sabendo que a paciência era crucial.
Finalmente, os goblins se posicionaram sob a pedra. Ela esperou o momento certo e…
— Agora!
A pedra caiu, esmagando dois goblins, mas outros dois escaparam e a viram.
— Nunca sai como eu quero, né? — Ela sorriu nervosamente.
Os goblins tentaram subir para alcançá-la, mas Eloah agiu rápido. Lançou sua faca contra um deles, acertando em cheio. O segundo goblin tentou atacar, mas ela pegou uma pedra do chão e a jogou, derrubando-o. Sem hesitar, ela correu até eles e finalizou o trabalho.
— Ah… — Ela estava exausta, mas sabia que não podia parar. A sobrevivência era sua prioridade.
— Ativar habilidade: Exorcizar!
— Habilidade bem-sucedida.
Ela recebeu duas orbes, uma quase perfeita e outra em bom estado. Sem entender completamente o que significava, ela as engoliu, decidindo ficar mais forte.
— A qualidade do corpo influencia a qualidade da orbe…— Ela refletiu, olhando para os corpos dos goblins que havia matado.
Ela precisa de mais orbs se quiser sobreviver.
—
Fim do Capítulo 2. Obrigado por ler!
