Capítulo 8— Preparativos finais
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Capítulo 8: A Aliança com os Crocodilos**
Eloah abriu seus olhos, sentindo o peso de mais um dia começando.
— Mais um dia… Que canseira. — Ela murmurou, ainda carregando a dor em seu coração pelas escolhas que havia feito.
Ela se levantou, olhando para seu reflexo em uma poça d’água.
“ Meu cabelo é perfeito… Eu não tomo banho há tempos, mas não sinto nenhum fedor. Meu cabelo está totalmente limpo, apenas um pouco enrolado, mas é muito lindo… Nem se compara com meu cabelo antigo.” — Eloah pensou, abrindo um pequeno sorriso, ela tentava não pensar sobre o dia passado, o peso em sua consciência a perturbava.
— Senhorita Demônio! O líder hobgoblin pede por sua presença. — Um goblin chamou, do lado de fora de sua cabana.
— Certo, estou indo. — Eloah respondeu, saindo e seguindo em direção à cabana do hobgoblin.
— Olá, como vocês estão? — Eloah cumprimentou, entrando na cabana.
— Você chegou. Venha, o assunto é importante. — O hobgoblin falou, com um tom sério.
Eloah viu o filho da rainha morcego e uma aranha na sala, sentados ao redor de uma mesa.
— Escutem, nosso próximo objetivo é derrotar os lagartos. Mas, para isso, precisaremos da ajuda dos crocodilos. — O hobgoblin explicou.
— Os crocodilos são neutros, né? Por que eu e você não vamos conversar com eles? — Eloah perguntou, com um tom de curiosidade.
— Você está louca? — O hobgoblin respondeu, levantando uma sobrancelha.
— Pode parecer loucura, mas se eles realmente quisessem guerra, já teriam se movido. Vamos conversar com eles com respeito… Confia em mim, não quero que mais sangue seja derramado. — Eloah argumentou, com um tom de determinação.
O hobgoblin suspirou, colocando a mão no rosto.
— Eu te dou uma chance.
— Muito obrigada! — Eloah respondeu, com um sorriso de alívio.
— Vamos mais tarde. Então, fique pronta. — O hobgoblin ordenou.
— Agora, voltando ao assunto, precisamos nos preparar muito bem. Afinal, os lagartos têm armas de ferro maciço. Como nós, goblins, sabemos, é extremamente difícil encontrar ferro nessa caverna. Os lagartos têm ferro graças às trocas com os humanos. Nossas armas são feitas com base no ferro que roubamos dos lagartos, mas, como não temos o material necessário, elas não são muito boas. — O hobgoblin explicou.
Eloah tinha dúvidas, mas decidiu ficar calada.
— Então, os goblins, as aranhas e, por último, os morcegos irão se aliar para derrotar os lagartos! Eu marco aqui o nascimento da nossa aliança! — O hobgoblin declarou, com um tom de orgulho.
Após a reunião, Eloah foi direto para o campo de treinamento. Ela se aproximou do velho goblin que havia lhe dado a espada.
— Ei, velhote, me diga: como você pode me dar uma espada feita de ferro tão facilmente e em um estado tão perfeito, sendo que o ferro é extremamente escasso? — Eloah perguntou, curiosa.
— Eu tinha um filho… Ele usava essa lâmina. Ele era o antigo líder… Ele partiu para a guerra que aconteceu alguns anos atrás. Ele sorriu, dizendo que estava tudo bem e que eu podia confiar nele, que ele faria de tudo para voltar. Mas, no final, voltou… apenas sua lâmina. E aquele que trouxe a notícia foi o hobgoblin. Ele que me devolveu a espada. Ele liderou os goblins para nos proteger… Agora, por que eu te dei a espada? Você me lembrou dele… Me desculpe por usar você como reflexo do meu filho. — O velho goblin explicou, com um tom de nostalgia.
— Me perdoe por te lembrar de uma memória dessas… — Eloah respondeu, abaixando a cabeça, emocionada com a história da espada.
— (Risos) Sem problemas. O passado é passado. Não importa o quanto eu me lembre, não importa o quanto eu tente, meu filho não irá voltar… Por favor, cuide bem dessa lâmina. — O velho goblin pediu, com um sorriso triste.
— Com certeza! Cuidarei muito bem dela! — Eloah prometeu, com um sorriso sincero.
Eloah saiu da sala, deixando o velho goblin sozinho.
— Filho, não se preocupe. A sua espada está em boas mãos… Descanse em paz. — O velho goblin murmurou, olhando para o céu.
Bastante tempo se passou, e finalmente chegou a hora de ir para o território dos crocodilos, para pedir a ajuda deles.
— Está pronta? — O hobgoblin perguntou, olhando para Eloah.
— Sim, estou! — Eloah respondeu, com determinação.
— Então, vamos. Me siga, te mostrarei o caminho. — O hobgoblin disse, liderando o caminho.
Eloah seguiu o hobgoblin, refletindo sobre o futuro.
— Qual é o seu plano, caso nosso plano de sair dessa caverna dê certo? — Eloah perguntou, curiosa.
— Eu quero criar uma cidade onde todos nós possamos viver em harmonia. (Risos) Um sonho bem aleatório, né? — O hobgoblin respondeu, com um sorriso.
— Muito aleatório. — Eloah concordou, com um sorriso.
— Quando eu era criança, eu apenas queria um lugar para viver em paz, onde não houvesse desavenças. Esse é o meu desejo. — O hobgoblin explicou, com um tom de nostalgia.
— Entendo… — Eloah respondeu, refletindo sobre suas próprias motivações.
Após a conversa, eles finalmente chegaram ao covil dos crocodilos.
— Vocês! Se revelem! O que vieram fazer aqui? — Um crocodilo guardião perguntou, com um tom desconfiado.
— Sou o líder dos goblins. Vim ver seu líder. — O hobgoblin respondeu, com autoridade.
— O que? Quem você pensa que é? — O guardião começou a dizer, mas foi interrompido.
— Você disse que é o líder dos goblins? Eu sou o vice-líder dos crocodilos. É um prazer… Irei realizar seu desejo. Me sigam. — O vice-líder disse, com um tom respeitoso.
— (Sussurra) Caraí, ele é o vice-líder? Ele parece que tem três metros! É bem maior que você. — Eloah comentou, em voz baixa.
O hobgoblin ficou calado, ignorando o comentário.
Eles seguiram o vice-líder até um lago gigantesco. Eles desceram por uma escada e finalmente chegaram ao grande lago.
— (Grita) Pai! — O vice-líder chamou.
De repente, a água começou a se elevar, e um grande crocodilo apareceu.
— Você deve ser o líder após o Lerk… Né? Que estranho, meu filho normalmente detesta trazer visitas para nosso território. — O rei crocodilo disse, com um tom de curiosidade.
— Pensei que era algo importante, por isso trouxe eles para ver o senhor. — O vice-líder explicou.
— Entendo… Me digam o que precisam. — O rei crocodilo ordenou, com um tom de autoridade.
— Queremos ajuda para derrotar os lagartos! — Eloah disse, com um tom de urgência.
— Hobgoblin, peço pela sua ajuda. — O hobgoblin complementou.
— Minha ajuda, hein? Vocês derrotaram as aranhas e os morcegos. Não precisarão de minha força. — O rei crocodilo respondeu, com um tom de ceticismo.
— Pai! Vamos ajudar. Podemos ganhar muitas coisas com a derrota dos lagartos. — O vice-líder argumentou, com um tom de entusiasmo.
O rei crocodilo encarou seu filho por um momento, antes de finalmente concordar.
— Se você diz… Então, os crocodilos os ajudarão. — O rei crocodilo declarou, com um tom de resignação.
— Hobgoblin, leve meu filho com você e deixe a garota aqui. Meu filho é meu braço direito, e essa garota parece ser o mesmo. Ambos se ajudarão. — O rei crocodilo ordenou.
— Certo. — O hobgoblin concordou.
— Demônio, ajude-os com o que precisarem, ok? — O rei crocodilo disse, olhando para Eloah.
— Pai! Estou indo. — O vice-líder respondeu, seguindo o hobgoblin.
Os dois foram embora, deixando Eloah sozinha com o rei crocodilo.
— (Sussurra) Não… “Não me deixem aqui com eles!” — Eloah pensou, sentindo-se apavorada.
— Garota… Você tem um nome? — O rei crocodilo perguntou, quebrando o silêncio.
— Ah… Não. — Eloah respondeu, hesitante.
— Entendo. Me chame de Rei Crocodilo. Eu estou bem velho, mas também não tenho nome. — Ele disse, com um sorriso.
— Certo. — Eloah respondeu, tentando se acalmar.
— Venha, suba em minhas costas. — O rei crocodilo ordenou.
Eloah, mesmo com medo, subiu em suas costas. O rei crocodilo começou a levá-la a um lugar especial. Ela viu um lugar belo, com uma forte iluminação e uma árvore gigante.
— Que lindo. — Eloah murmurou, maravilhada.
— (Risos) Para quem estava com medo há uns momentos atrás, está bem alegre, né? — O rei crocodilo comentou, com um tom de diversão.
Eloah ficou tímida, mas não respondeu.
— Essa árvore se chama Rub. E aqui é nossa terra, onde vivemos. Linda, não é? Você é a terceira pessoa, sem ser um crocodilo, a vir aqui. Desça, chegamos finalmente. — O rei crocodilo explicou, parando próximo à árvore.
Eloah desceu e desligou sua visão noturna.
— Faz quanto tempo desde que eu enxerguei sem usar a visão noturna? — Eloah pensou, sentindo-se aliviada.
— Me siga, vou te mostrar onde você vai ficar. — O rei crocodilo disse, liderando o caminho.
Eloah seguiu o rei crocodilo até uma cratera na parede. Ele entrou, e Eloah o seguiu, encontrando outro lugar lindo.
— Aqui é o centro de reuniões e minha casa. E ali é onde você vai ficar. — O rei crocodilo explicou, apontando para uma cama feita de musgo e coberta por folhas.
Eloah pulou na cama, sentindo-se confortável.
— Que cama boa! Faz tempo desde que eu dormi em um lugar tão bom assim. — Eloah comentou, com um sorriso.
— Que bom que gostou… Me diga um pouco sobre você. — O rei crocodilo pediu, sentando-se próximo a ela.
— Eu sou um demônio, tenho 17 anos e sou uma mulher. Minhas habilidades são… — Eloah começou a dizer, mas foi interrompida.
— Escuta, você não pode sair falando suas habilidades para qualquer um. Elas são seus trunfos. Não conte a ninguém, afinal, esse mundo é podre. — O rei crocodilo advertiu, com um tom sério.
— Ah, eu não sabia… Obrigada pela dica. — Eloah respondeu, com um tom de gratidão.
— Qual é o seu rank? — O rei crocodilo perguntou, curioso.
— Rank? O que é isso? — Eloah respondeu, confusa.
— Ranks são as classificações dos nossos corpos. Eles são: nulo, comum, raro, épico, único e lendário. E há três classificações no meio delas: imperfeito, quase-perfeito e perfeito. Eu sou um raro perfeito, estou quase evoluindo para o rank épico. — O rei crocodilo explicou.
**Ding! Parabéns, você descobriu informações sobre o básico.**
**(Sem nome)**
**Rank: Comum Imperfeito**
**Habilidades:**
**Exorcizar (Comum)**
**Visão Noturna (Raro)**
**Bola de Fogo (Raro)**
**Fios (Raro)**
— Eu sou rank comum imperfeito. Pode me falar o que acontece quando alcançamos outro rank? — Eloah perguntou, curiosa.
— Por exemplo, sua mana aumenta, sua força e suas habilidades únicas evoluem com o corpo. E, quando chegamos ao rank épico, ganhamos uma habilidade chamada “Forma de Ataque” ou “Forma Verdadeira”. Me deixe fazer uma pergunta… Você não se parece com um rank comum… Sua mana é o quádruplo de um rank normal. Sua mana já é maior do que muitos rank raros imperfeitos. — O rei crocodilo observou, com um tom de surpresa.
— O quê? “Minha habilidade é tão roubada a esse ponto?” — Eloah pensou, surpresa.
— Isso é minha habilidade. — Eloah respondeu, com um sorriso.
— Faz sentido. Você sabe por que os monstros não têm nome? — O rei crocodilo perguntou, mudando de assunto.
— Tem um motivo? — Eloah respondeu, curiosa.
— Claro que sim. Nomes são sagrados nesse mundo. Afinal, quanto mais forte a alma é, mais difícil é nomear. Para me nomearem, essa pessoa deveria ser no mínimo rank épico. Eu não consigo te dar um nome porque já sou velho e sua mana é bem grande. A melhor hora para nomear alguém é quando ela nasce. Meu filho tem o nome de Huimang. Quando um nome é recebido, ele ganha um buff de poder, afinal, sua existência é definida. É meio difícil de explicar, mas esse é um breve resumo. — O rei crocodilo explicou.
— Entendi. Muito obrigada. Amanhã, irei voltar para a vila. Preciso criar um plano para vencê-los. — Eloah disse, com determinação.
— Muito bem. Quero que me diga seu plano. — O rei crocodilo pediu, com um tom de interesse.
— Ok, então escute. — Eloah começou a explicar seu plano ao rei crocodilo.
— Então é isso… (Risada) Que magnífico! Pensou tão longe, hein? Provavelmente irá dar certo. Então, continue. Irei dar todo meu apoio. — O rei crocodilo elogiou, com um sorriso.
Eloah abriu um sorriso e ficou tímida. Era a primeira vez em muito tempo que alguém a elogiava.
— Obrigada. — Eloah respondeu, com um tom de gratidão.
— Irei avisar a minha elite para avançar com você. Descanse um pouco. — O rei crocodilo ordenou.
— Tá bom. — Eloah respondeu, deitando-se na cama e adormecendo rapidamente.
—
Fim do Capítulo 8
Agradecimentos ao Yuri e ao Misael pelo capítulo.
